Ana Campagnolo passa vergonha em entrevista para Rafinha Bastos

Quem conhece a deputada Ana Campagnolo já deve estar familiarizado com seu conservadorismo ignorante e seus pontos de vista medievais. Em recente entrevista para o humorista/apresentador/youtuber Rafinha bastos, a deputada não desperdiçou a chance de reforçar suas crenças boçais.

Não é preciso conhecer o cristianismo para ser cristão

Claramente a cristã não tem conhecimento da própria religião e deixa isso claro durante vários trechos da entrevista. Segundo ela, o cristianismo é a religião que "mais trata bem a mulher", mas é óbvio que ela não se deu ao trabalho de saber como a mulher é tratada em outras milhares de religiões mundo afora. E ora, se a mulher é tratada bem hoje em comunidades cristãs com absoluta certeza não foi uma conquista do cristianismo, visto que a bíblia prega em diversas passagens a submissão da mulher.

Caso fosse praticado o que se diz na bíblia, as mulheres seriam tratadas como vemos em comunidades religiosas classificadas por nós como machistas. Quem trouxe dignidade para as mulheres frente ao cristianismo foram justamente as "hereges" de poucas décadas atrás.

Dentro deste assunto a deputada provoca o entrevistador com a pergunta "existe outra cultura onde há respeito à minoria, igualdade e caridade?". Tenta justificar que as culturas provenientes do cristianismo são mais civilizadas, quando na verdade a maioria das evoluções sociais são decorrente das lutas contra doutrinas religiosas. Essa doutrinação cristã claramente atrasou, e ainda atrasa, nosso aperfeiçoamento social.

Ainda hoje vemos diversas batalhas sendo travadas contra fanáticos religiosos, como por exemploa luta pelos direitos dos LGBTQ e legalização da maconha para uso medicinal. Se não fossem os movimentos "anti-família", hoje ainda estaríamos proibidos de usar preservativos, praticar sexo antes do casamento ou nos masturbar. O #nofapseptember seria #nofapforever.

Minha religião será a sua lei

A entrevista, inevitavelmente, chega à questão do aborto e nessa hora a alucinação da cristã fanática extrapola o bom senso. Como todo religioso, ela sabe que não há argumento sensato na bíblia que justifique seu ponto de vista e, mesmo que houvesse, não seria considerado em uma discussão séria. Por isso mesmo não evocou frases do evangelho para sustentar suas colocações.


Quando o apresentador menciona que os motivos para ser contra a legalização do aborto são meramente religiosos, ela concorda e deixa claro que suas decisões são movidas pela fé e não pela lógica. Para ela, tudo bem se mães morrerem em decorrência do aborto clandestino desde que ela possa impor a crença infundada do cristianismo para a sociedade, independente da crença da mãe que opta pelo aborto, e tenta justificar discorrendo sobre a "intervenção do estado laico" na vida do cidadão.

Seria o Brasil um estado "laicristão"? 

Talvez o ápice da insanidade chega neste momento. Caso você ainda não tenha assistido ao vídeo, tente não esmurrar sua tela quando ela disser que o estado é laico e respeita as outras religiões porque isso é uma premissa cristã. Dá para sentir a força que o Rafinha faz para não jogar a mesa para cima e encerrar a entrevista.

Usando um pouco de história, ela chega a conclusão de que o estado laico não pode existir sem uma religião forte por trás (?) e quando outras religiões dominaram civilizações cometeram barbaridades. Então ela conclui que o estado laico só pode coexistir com o cristianismo porque essa é a melhor religião. Não há nada melhor a ser colocado no lugar.

Menciona que a revolução francesa, que usou o ateísmo como base (não vou entrar nesse mérito), foi um período obscuro porque assassinou mais de 20 mil padres e, por esse motivo, não seria seguro manter uma civilização com base nessa filosofia. Mas será que ela não lembra de todas as barbaridades causadas pelo cristianismo durante a história da humanidade? Os índios e escravos de séculos atrás concordariam com ela?

Se você explicar para qualquer pessoa, com o mínimo de sanidade, sobre as histórias das cruzadas, as invasões cristã europeias, as formas de tortura e punição às "bruxas" e pecadores da idade das trevas, todos vão reconhecer o cristianismo como uma das forças mais ameaçadora já criada pelo homem. Até o Brasil, tão jovem relativamente, possui em sua história um período de terror causado por essa crença. Em nome de deus foram mortos índios, e em seu nome destruiu-se a riquíssima cultura e religião indígena. Implantou-se um colonialismo opressor e uma religião do medo.

"Pra mim, herói nacional é o Bolsonaro"

Ao entrar no tema da politica ela apenas defende as atrocidades pregadas pelo presidente Jair Bolsonaro e joga toda a bondade e ensinamentos do cristianismo na latrina. Como é oficio do cristão, imagina cenários hipotéticos para justificar atos reais e diz que, nesse mundo de fantasia, a tortura deve ser um recurso utilizável e que não vê problema nas torturas executadas por "equivoco" no período da ditadura brasileira. Aposto que Jesus, torturado e morto por defender uma ideia, ficaria muito satisfeito em ouvir sobre como sua seguidora defende a pena de morte.

A entrevista tem um tom bem humorado por conta do apresentador. Ele não estava preparado para um debate religioso e nem era esse o intuito da conversa. Porém, as idéias defendidas pela deputada não tem nada de engraçado. Quando paramos para analisar as declarações de fanáticos religiosos, em especial representantes do povo, fica claro o rumo que nosso país tende a seguir.

Como pudemos permitir que igrejas ficassem tão fortes em nosso território? Como isso acontece debaixo dos nossos narizes e não tomamos a atitude de enfrentar esse regresso? Meus caros, temos que levantar a bandeira da razão. A paranoia religiosa esta ganhando força novamente e nosso futuro corre sério risco.

Tento fazer minha parte denunciando os abusos da igreja em nosso cotidiano, mas não é possível resolver esse problema sozinho. Por favor, se expressem. O silêncio dos inteligentes fortalece os imbecis.