A Freedom From Religion Foundation e a Fundação Richard Dawkins
criaram o The Clergy Project [Projeto Clero] em 2011. O grupo já passou
de 200 membros em sua comunidade online. Seu objetivo é reunir todos os
membros do clero, como pastores, padres, rabinos e outros líderes que já
“abandonaram a fé”. Para fazer parte do Projeto, as pessoas devem “não
ter crenças sobrenaturais e identificar-se como humanistas,
livres-pensadores, agnósticos ou ateus”.
Recentemente, o final da convenção da ONG Ateus Americanos marcou a
“formatura” de pessoas como Teresa MacBain, 44, uma pastora que, através
da rede de apoio on-line oferecida pelo Clergy Preoject, pode assumir
publicamente que perdeu a sua fé e se descobriu ateia.
A ex-pastora conta que suas dúvidas começaram alguns anos atrás. Ela
foi responsável por uma igreja Metodista em Tallahassee, Flórida, com
200 membros. Agora, explica que decidiu se assumir em público, porque
não conseguia mais ir em frente. “Eu vivi tanto tempo uma vida dupla.
Qualquer pessoa que possui alguma integridade sabe que isso corrói sua
alma. Ou falta de alma”.
O custo foi alto para MacBain. Alguns amigos se afastaram e membros
da família dizem que ela não é bem-vinda em suas casas. Ela recebeu
muitas mensagens cheias de ódio. A congregação de MacBain ficou
surpreendida, empacotou as coisas dela e pediu que seu marido, um
policial, fosse buscar tudo.
O objetivo do projeto não é tirar pastores e padres do púlpito, mas
ajudar aqueles que já abandonaram suas convicções e desejam,
anonimamente, discutir como isso irá mudar as suas vidas. A esperança é
que eles possam, como MacBain, sentirem-se forte o suficiente para
encarar suas famílias, amigos anunciar seu ateísmo, mesmo sabendo que
isso irá lhes custar sua carreira.
“Quando você sai do ministério, pode perder tudo isso”, disse Dan
Barker, ex-pastor e atual vice-presidente da Freedom From Religion.”Você
tem que se perguntar, ‘Quem sou eu agora?’ ”. O Projeto Clero é um
lugar onde a sua auto-estima será restaurada”, explica.
Barker traça a origem do projeto ao apoio do conhecido líder ateu Richard Dawkins, além do filósofo Daniel Dennett e da pesquisadora Linda LaScola. Todos sentiram a necessidade de um lugar onde os membros ativos do clero pudessem ter um recomeço.
Barker traça a origem do projeto ao apoio do conhecido líder ateu Richard Dawkins, além do filósofo Daniel Dennett e da pesquisadora Linda LaScola. Todos sentiram a necessidade de um lugar onde os membros ativos do clero pudessem ter um recomeço.
A maioria das pessoas que procura ajuda descobre que têm muito em
comum. Todos entraram no ministério para ajudar as pessoas, mas depois
de um tempo começaram a questionar sua formação no seminário e foram
abandonando a fé de forma gradual. Hoje compartilham a confusão e a
frustração de viverem como ateus, mas trabalharem como religiosos.
“Eles têm dúvidas iniciais, mas não agem”, explicou a pesquisadora
LaScola após a convenção da Ateus Americanos.”Então eles se calam. Eles
não comentam isso com seus colegas. É um processo lento sair da crença e
chegar até a total falta de crença”, Dan Barker diz que o projeto tem
em seu banco de dados sacerdotes que ainda estão ativos em suas
comunidade de fé, incluindo ex- evangélicos, ex-católicos, um par de
ex-rabinos e um ex-líder muçulmano. Todos escolhem pseudônimos e
compartilham na comunidade online tanto quanto eles se sentem
confortáveis em dividir com o grupo.
Mike Aus, 48, era pastor de uma congregação de 150 pessoas em uma
igreja não denominacional no Texas. Ele conheceu o Projeto Clero, após
viver anos de “dúvida solitária”. Ele também falou no final da
convenção, explicando que sentia como se um pesado fardo fora tirado de
suas costas depois de conversar com as pessoas do Projeto. “A coisa mais
importante foi saber que eu não estava sozinho. Foi vital ter uma
comunidade onde podia conversar com pessoas que estavam vivendo as
mesmas coisas que eu. Soube que não era o fim da linha, que havia vida
após esse chamado”.
Joe Vingle, membro da igreja do ex-pastor Aus, diz que “Algumas
pessoas estavam com Mike há 20 anos ou mais. Eles ficaram realmente
feridos. Ainda estão sentindo que tudo que aprenderam com ele é uma
mentira”. Mas Vingle esclarece “Ele ainda é um amigo e estou interessado
em ver onde isso irá levá-lo”.
Após o final da Convenção nacional da Ateus Americanos, os líderes do
Projeto Clero se reuniram para debater como eles podem ajudar mais os
ex-religiosos. As propostas foram oferecer empréstimos de curto prazo,
bolsas de estudo e programas de assistência até eles encontrarem outro
emprego. Também elegeram sua nova diretora: Teresa MacBain.
Sim. Não estranhem. É possível, sim, existirem padres ateus. Não é possível que entre homens tão inteligentes, que falam vários idiomas, com vasta formação teórica, não existam alguns ateus. como acreditar na mitologia dos ensinamentos cristãos, então ? Muitos deles foram enviados aos seminários quando ainda eram pouco mais que adolescentes. Isso pode explicar tudo.
ResponderExcluiradorei ler sobre isso,fiz parte de uma igreja evangelica e vivi fingindo por um tempo,ate que achei melhor me abrir com o pastor,com uma certa raiva me pediram para renunciar á cargos que lá tinha,fiquei triste por isso,mas ñ posso voltar atras de mhs convicções,estou me sentindo aliviada e triste tbm por eles me tratarem como uma pessoa falsa e criminosa....me cadastrei,espero receber apoio pelo que eu acredito...bjks
ResponderExcluir