10 tecnologias da NASA que você usa diariamente

Em 1958, o presidente americano Dwight Eisenhower (1953-1961) assinou a Lei do Espaço, criando oficialmente a Agência Espacial Americana, a Nasa. Desde o começo, o propósito do novo grupo se estendia além das espaçonaves e das botas lunares. A lei estipulava que suas pesquisas e avanços deveriam beneficiar toda a população, e em seus 50 anos de história, a Nasa certamente preencheu esse requisito.


Embora a maioria das pessoas nunca tenha pisado na lua, todas provavelmente estão em contato com alguma tecnologia da Nasa que se transformou em produto de uso diário. Em parceria com várias equipes de pesquisa e companhias, a Nasa continua a gerar uma vasta gama de novas tecnologias e produtos que melhoram o nosso cotidiano. Passos básicos em saúde, segurança, comunicações e até em entretenimento encontram raízes no braço do governo americano normalmente associado com espaçonaves e pessoas flutuando. Na verdade, a Nasa registrou mais de 6.300 patentes com o governo americano [fonte: Nasa Scientific and Technical Information].

Todos os anos, desde 1976, a Nasa vem publicando uma lista de toda tecnologia e produto ligado à sua pesquisa. O jornal "Spinoff", da Nasa, destaca esses produtos, que incluem coisas como marcapassos melhorados, máquinas de exercícios com tecnologia de ponta e rádio satélite. Esses produtos se tornaram possíveis graças às ideias e à inovação da Nasa.

Mas não é preciso ser um cientista de foguetes para usar muitas dessas tecnologias. Conheça dez dessas tecnologias que se transformaram em produtos de uso diário.


Aparelhos ortodônticos invisíveis


Muitos adolescentes - e beldades que dependem da imagem - se encolhem de medo diante da possibilidade de usar aparelhos ortodônticos. Ter os dentes em ordem costumava significar encher a boca de metal. Não mais. Aparelhos invisíveis chegaram ao mercado em 1987, e agora existem várias marcas.


Os aparelhos ortodônticos invisíveis são feitos de alumina translúcida policristalina (TPA). Uma empresa chamada Ceradyne desenvolveu a TPA em conjunto com a unidade de pesquisas de cerâmica avançada da Nasa (Nasa Advanced Ceramic Research) para proteger as antenas infravermelhas dos rastreadores de mísseis termoguiados.

Ao mesmo tempo, outra empresa, a Unitek, estava trabalhando em um novo projeto para aparelhos dentários - um design que poderia ser mais agradável esteticamente e que não teria o fator brilho metálico. A empresa descobriu que a TPA seria forte o bastante para aguentar o uso e é translúcida, fazendo dela o material principal para aparelhos invisíveis. Em razão de sua popularidade instantânea, os aparelhos invisíveis são um dos produtos mais bem-sucedidos da indústria ortodôntica [fonte: Nasa Scientific and Technical Information].


Lentes resistentes a arranhões

Se você deixar seus óculos caírem no chão, as lentes provavelmente não se quebrarão. Isso porque, em 1972, a vigilância sanitária dos EUA (Food and Drug Administration) começou a exigir que os fabricantes usassem plástico em vez de vidro para fazer lentes. Plástico é mais barato de usar, melhor na absorção de radiação ultravioleta, mais leve e não estilhaça [fonte: Space Technology Hall of Fame]. Contudo, ele também tem um calcanhar de Aquiles. Plásticos desprotegidos tendem a arranhar facilmente, e lentes arranhadas podem danificar a vista do usuário.


A sujeira e as partículas encontradas nos ambientes espaciais, levou a Nasa a desenvolver um revestimento para proteger os equipamentos no espaço, particularmente os visores dos capacetes dos astronautas. Reconhecendo ali uma oportunidade, a Foster-Grant, fabricante americana de óculos de sol licenciou a tecnologia da Nasa para seus produtos. A cobertura especial para plásticos tornou seus óculos escuros dez vezes mais resistentes a arranhões do que os de plástico não revestido [fonte: Space Technology Hall of Fame]. Além disso, ela bloqueia os raios ultravioletas que podem prejudicar a visão.


Espuma inteligente

A Nasa ajuda algumas pessoas a dormir melhor à noite. A espuma Tempur, encontrada em várias marcas de colchões, travesseiros e almofadas foi desenvolvida originalmente para voos espaciais e, mais tarde, reempacotada para uso doméstico.


O plástico de silício-poliuretânico de célula aberta (espuma de poliuretano de alta resistência), que ficou conhecido como espuma espacial, foi criado para uso nos assentos das espaçonaves da Nasa com a finalidade de diminuir o impacto durante os pousos. A espuma tem uma propriedade única que permite que ela distribua igualmente o peso e a pressão em seu topo, o que proporciona absorção de choque. Mesmo depois de ter sido comprimida para 10% de seu tamanho, a espuma com memória retornou à sua forma original [fonte: Space Technology Hall of Fame]. Além da memória, a espuma absorve o calor do corpo, mantendo-se sempre em uma temperatura agradável.

Mas o uso da espuma plástica se estendeu além dos céus. Sua distribuição de peso e sensibilidade à temperatura têm papel fundamental para pessoas com deficiência ou alguma doença que as deixam de cama. Os médicos podem moldar a espuma para suportar pacientes, enquanto reduzem a pressão de certas partes do corpo para evitar escaras, por exemplo. Algumas empresas também integraram a espuma Tempur a próteses de braços e pernas porque ela tem a mesma aparência e comportamento da pele, diminuindo a fricção entre a prótese e as juntas.

Outros usos comerciais da Tempur incluem banco de motocicletas, proteção para pilotos de corrida e revestimento interno para capacetes de jogadores de futebol americano.


Termômetro de ouvido

Tomar a temperatura quando se está doente pode ser um negócio complicado. Um termômetro de mercúrio padrão pode se mostrar difícil de ler, e o termômetro retal é muito desconfortável. Em 1991, os termômetros infravermelhos que você coloca no ouvido conquistaram o mundo ao simplificar e agilizar o processo de tirar a temperatura de uma pessoa - principalmente de crianças e bebês.


A Diatek, que desenvolveu o primeiro desses tipos de termômetros, viu a necessidade de reduzir o tempo gasto pelas enfermeiras medindo temperatura dos pacientes. Com cerca de 1 bilhão de temperaturas tomadas nos hospitais americanos anualmente e um número de enfermeiras cada vez menor, a empresa se viu obrigada a começar a cortar os preciosos minutos gastos na observação da subida do mercúrio [fonte: NASA Science and Technical Information] do termômetro tradicional. Em vez disso, a Diatek tirou vantagem dos avanços anteriores da Nasa na medição da temperatura de estrelas com a tecnologia de infravermelho.

Junto com o Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (JPL), a empresa inventou um sensor infravermelho que serve como termômetro. Os termômetros auriculares tomam nossa temperatura medindo a quantidade de energia que o tímpano desprende dentro do canal do ouvido. Já que o tímpano está dentro do nosso corpo, ele atua como um sensor eficaz da energia interna, que aumenta quando nós ficamos doentes. Os modelos para hospital podem medir a temperatura em menos de dois segundos.


Palmilha de tênis

Quando Neil Armstrong disse a sua famosa frase "um salto gigantesco para a humanidade", ele provavelmente não tinha previsto a conotação literal que ela teria. Os tênis esportivos de hoje emprestaram a tecnologia das botas lunares que deram aquele salto pela primeira vez.


A roupa espacial projetada para as missões Apollo incluía botas especialmente feitas para proporcionar um salto nos passos dos astronautas ao mesmo tempo em que forneciam ventilação. As empresas de calçados esportivos adotaram esse tecnologia para construir tênis melhores, que absorvem o impacto nos pés e pernas.

Um exemplo é a empresa Kangaroos USA, que em meados dos anos 80 aplicou os princípios e os materiais das botas lunares em uma nova linha de tênis esportivos. Com a ajuda da Nasa, a Kangaroos patenteou o tecido de espuma de poliuretano tridimensional Dynacoil, que distribui o impacto no seu pé quando você caminha ou corre. Ao enrolar as fibras dentro do tecido, a Kangaroos absorve a energia de seus pés atingindo o solo, devolvendo-a para seu pé.

Outro fabricante de sapatos, a Avia, também converteu a tecnologia as botas lunares para os tênis esportivos. A câmera de compressão patenteada pela Avia fornecia absorção de coque e amortecimento nos tênis por períodos de uso mais longos.


Telecomunicação de longa distância

A capacidade de transportar conversas de longa distância não aconteceu da noite para o dia. Ela não está conectada a uma invenção específica da Nasa - a melhoria das telecomunicações levou décadas para acontecer.


Antes de os homens serem enviados ao espaço, a Nasa construiu satélites que poderiam dizer às pessoas em terra como era o espaço sideral. Usando tecnologia de satélite similar, cerca de 200 satélites de comunicação orbitam o globo todos os dias. Esses satélites enviam a recebem mensagens que permitem que chamemos nossos amigos nos EUA quando nós estamos em São Paulo. A Nasa monitora a localização e a "saúde" desses satélites para garantir que continuemos a falar com as pessoas ao redor do mundo ou no bairro vizinho.

- O mito Tang: Como você pode ver, a pesquisa inovadora financiada através da Nasa tem papel importante em nosso cotidiano. Mas às vezes as pessoas atribuem à Nasa o desenvolvimento de produtos que nada têm a ver com a agência espacial. O mito mais comum envolve o suco de frutas em pó Tang. Embora você ouça com frequência que a Nasa inventou o Tang como bebiba espacial, na verdade a General Mills o fez em 1957. Ele foi associado à Nasa por ter sido selecionado como parte de um experimento, em 1962, para encontrar os alimentos mais adequados para se comer no espaço.


Detector de fumaça ajustável

Onde há fumaça, há fogo. Os engenheiros da Nasa sabiam disso quando estavam projetando a Skylab nos anos 70. A Skylab foi a primeira estação espacial americana, e os astronautas precisariam saber se um incêndio havia começado ou se gases venenosos estavam sendo liberados dentro do veículo. Em parceria com a Honeywell Corporation, a Nasa inventou o primeiro detector de fumaça ajustável com diferentes níveis de sensibilidade para prevenir falsos alarmes.


Você pode saber mais sobre os detectores de fumaça em Como funcionam os detectores de fumaça, mas o primeiro dispositivo a chegar ao mercado é chamado de detector de fumaça por ionização. Isso quer dizer que ele usa um elemento radioativo chamado amerício-241 para localizar fumaça ou gases tóxicos. Quando partículas de ar limpo entram no detector de fumaça, o amerício-241 os ioniza, o que cria uma corrente elétrica. Se partículas externas entram no detector, ele quebra aquela interação, disparando o alarme.


Ranhuras de segurança

Cavar uma ranhura no concreto pode não parecer muito uma inovação, mas isso certamente nos mantêm seguros nas estradas. Também chamado de ranhura de segurança, ou grooving, esse processo simples e salva-vidas insere canais compridos e ocos no pavimento de pistas de decolagem e rodovias. (Se você acompanhou o noticiário sobre o acidente da TAM em 2007 no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, certamente deve ter ouvido falar de grooving.) Essas reentrâncias no concreto desviam o excesso de água da superfície para reduzir a quantidade de água entre os pneus e a estrada ou pista de decolagem. Isso aumenta a fricção entre as rodas e o concreto, melhorando a segurança do veículo.


A primeira vez que a Nasa experimentou o grooving foi nos anos 60. O Centro de Pesquisas Langely queria melhorar a segurança da decolagem das espaçonaves em pistas molhadas. Quando perceberam como a coisa funcionava bem, os engenheiros de transporte começaram a aplicar as mesmas técnicas às rodovias. de acordo com a Nasa, o grooving reduziu em mais de 85% os acidentes em rodovias. Os carros deslizam quando a água entre os pneus e a estrada os separa.
Você pode encontrar outros exemplos de grooving em calçadas, em torno de piscinas e em currais de animais. Essa inovação gerou uma indústria inteira, representada pela International Grooving & Grinding Association.


Ferramentas sem fio

Quando você está aspirando a poeira ou migalhas em casa com um aspirador sem fio, na verdade você está usando a mesma tecnologia que os astronautas usaram na lua. Embora a Black & Decker tenha inventado as primeiras ferramentas à pilha em 1961, a pesquisa relacionada da Nasa ajudou a redefinir a tecnologia que levou a instrumentos médicos leves e sem fio, aspiradores de pó e outras ferramentas.


Em meados dos anos 60, para preparar as missões à lua Apollo, a Nasa precisou de uma ferramenta que astronautas pudessem usar para obter amostras de rochas e solo. A furadeira tinha de ser levíssima, compacta e poderosa o suficiente para cavar fundo na superfície lunar. Já que ligar um cabo a uma furadeira no espaço sideral seria uma façanha difícil, a Nasa e a Black & Decker inventaram uma furadeira de motor magnético movida à bateria. Trabalhando com o contexto de ambiente espacial limitado, a Black & Decker desenvolveu um programa de computador para a ferramenta que reduziu a quantidade de energia gasta durante o uso para aumentar a vida útil da bateria.

Depois do projeto com a Nasa, a Black & Decker aplicou os mesmos princípios para fazer outras ferramentas leves movidas à bateria para o uso diário dos consumidores.


Filtros de água

Água é ingrediente essencial para a sobrevivência humana. Já que as pessoas não podem viver sem água, a capacidade de converter água contaminada em água potável é um feito científico incrivelmente importante.


Os astronautas precisavam de uma maneira de limpar a água que eles levavam para o espaço, já que bactérias e doenças seria altamente problemáticas. A tecnologia de filtrar água já existia desde o começo dos anos 50, mas a Nasa queria saber como limpar a água em situações mais extremas e mantê-la limpa por períodos mais longos de tempo.

Se você observar a água filtrada, poderá detectar pequenos blocos de carvão vegetal dentro dela. Às vezes, quando você usa um filtro de água pela primeira vez, você até percebe pequenos flocos desses blocos. Esse carvão é especialmente ativado e contém íons de prata que neutralizam patógenos na água. Além de matar as bactérias na água, os filtros previnem o crescimento de mais bactérias. As empresas emprestaram essa tecnologia espacial para nos trazer os sistemas de água filtrada usados por milhões de pessoas em todo o mundo.

Comentários

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  2. Reparo:
    a espuma viscoelástica não voou, conforme sugere o texto.
    as propriedade e finalidades foram aprovadas, mas o cheiro exalado inviabilizou o uso para os astronautas...

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