Um padre católico não poderá mais ouvir confissões depois de cometer o grave erro de sugerir que os padres deveriam relatar confissões envolvendo abuso infantil às autoridades locais.
Atualmente, se alguém entra em uma cabine de confissão e admite ter molestado uma criança, o padre não tem que fazer nada com essa informação. Basta dizer algumas Ave Marias e pronto. (Compare isso com os professores de escola pública, que são obrigados por lei a informar a um assistente social (ou alguém semelhante) se souberem ou suspeitarem de abuso infantil.)
Por que eles não concordam em relatar abusadores suspeitos? Autoridades do Vaticano há muito tempo afirmam que o "sigilo da confissão" é sagrado. Qualquer coisa dita em uma cabine de confissão deve ser mantida em segredo, não importa o quê. Se houver qualquer potencial de que o "privilégio clérigo-penitente" possa ser quebrado - e que certas confissões possam ser usadas como evidência contra o confessante - isso poderia destruir a própria natureza do sacramento.
Isso leva a consequências absurdas.
Na Austrália, por exemplo, um padre confessou ter cometido 1.500 atos de abuso sexual (não é um erro de digitação) a 30 padres diferentes ao longo de 25 anos. Por causa do selo sagrado, no entanto, ninguém nunca denunciou seus crimes, permitindo que o abuso continuasse.
Atualmente, em alguns lugares do mundo, há um projeto de lei que quebraria o sigilo sacramental. Isso exigiria que os padres "relatassem abuso e negligência infantil" que aprendessem durante a confissão. (Mais especificamente, eliminaria a isenção que atualmente existe para os padres.)
Se você se importa com crianças, este é um projeto de lei simples e com bom senso. Não há razão para que padres católicos, de todas as pessoas, possam manter seu conhecimento de abuso infantil em segredo por causa de suas crenças religiosas.
A Igreja Católica, é claro, não se importa com as crianças. Ou pelo menos o sacramento da confissão é mais importante para eles do que a segurança das crianças.
O bispo William Koenig, que supervisiona a Diocese Católica de Wilmington, disse à NBC10 que sua diocese trabalha duro em todos os sentidos para proteger as crianças. Ele também disse que o projeto de lei proposto era "não negociável", no entanto.
“Para um padre quebrar o sigilo da confissão, ele seria excomungado”, disse o Bispo Koenig. “Isso só poderia ser aprovado pelo Papa”.
Essa frase egoísta merece ser ridicularizada e criticada. Koenig acredita que um padre sendo excomungado é mais condenável do que uma criança sendo molestada. Ele prefere proteger padres do que crianças. Então, não, a diocese não está trabalhando duro em todos os sentidos para proteger as crianças.
Além disso, a Igreja tem sido criticada por seu histórico de proteger padres acusados de abuso sexual. Em vez de cooperar com as autoridades e denunciar esses crimes, a Igreja muitas vezes preferiu encobrir os abusos, transferindo os padres para outras paróquias ou até mesmo para outros países. O resultado é que muitos abusadores sexuais permanecem em liberdade e continuam a cometer esses crimes, enquanto as vítimas são deixadas para sofrer em silêncio.
É claro que nem todos os padres ou membros da Igreja Católica são culpados desses crimes terríveis. Muitos padres dedicam suas vidas a ajudar os necessitados e a comunidade em geral, e a Igreja Católica tem um papel importante a desempenhar na sociedade em muitas áreas.
No entanto, é difícil ignorar a hipocrisia da Igreja quando se trata de proteger as crianças. Se a Igreja Católica não pode se adaptar às mudanças na sociedade e colocar a segurança das crianças em primeiro lugar, então é difícil ver como ela pode continuar a desempenhar um papel positivo na vida das pessoas.
A Igreja Católica precisa mudar. Ela precisa ser mais aberta às mudanças na sociedade e mais disposta a proteger as crianças do que a proteger sua própria reputação. Somente quando a Igreja mudar sua postura em relação a esses assuntos sensíveis, poderá recuperar a confiança das pessoas e continuar a desempenhar um papel positivo na vida de seus seguidores.
Comentários
Postar um comentário